Banco e dirigentes sindicais criam Comitê de Crise de combate ao novo coronavírus com reuniões periódicas e contato diário para acompanhamento dos protocolos sanitários
Diante das notícias de que a Covid-19 começa a chegar ao pico de casos no Rio Grande do Sul, dirigentes sindicais se reuniram virtualmente com os negociadores nomeados pela diretoria do Banrisul na quarta-feira, 2/7, para tratar especificamente deste assunto. Dirigentes da Fetrafi-RS, do SindBancários e da Fetrafi-SC levaram reivindicações sobre protocolos de combate ao coronavírus dentro das agências bancárias e locais de trabalho. Os dirigentes pediram ao banco a implantação de testagem em escala nas agências de todo o país.
Os representantes sindicais e do banco criaram um Comitê de Crise para acompanhamento e discussão das demandas levadas pelos colegas aos seus sindicatos. O grupo irá se reunir de dez em dez dias ou conforme a urgência e terá contato diário. De ambos os lados, ficará destacado um responsável por fazer a interlocução diária entre a empresa e os empregados.
O banco assinalou com a implantação de novos protocolos rapidamente e deu sinais positivos de investir na saúde dos colegas. Segundo os representantes do Banrisul, o banco está por fechar um aprofundamento do convênio com a Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Cabergs) par ampliar o processo de telemedicina e testagem.
O presidente em exercício do SindBancários e funcionário do Banrisul, Luciano Fetzner, explicou que o Comitê de Crise funcionará em moldes semelhantes àquele entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, instalado durante a pandemia do novocoronavírus. Uma nova mesa de negociação específica deve ocorrer em data a ser definida nos próximos dias.
“Entendemos que os protocolos ainda não estão padronizados e não estão suficientemente claros para os empregados. Isso faz com que em cada situação e cada região se trate a questão da saúde na pandemia de maneiras diferentes. Estamos cobrando do banco que as determinações da empresa sejam rigidamente aplicadas e que os procedimentos do dia a dia sejam bem claros, sem margens de interpretação, assim como os protocolos para casos de suspeita ou de infecção por coronavírus devem ser. Com essas determinações claras, o próprio movimento sindical tem condições de ajudar o banco a organizar as equipes e proteger a vida dos colegas Banrisulenses”, afirmou Luciano.
Revezamento e metas
Dentre outras questões tratadas na reunião específica sobre pandemia do coronavírus (confira lista de pautas mais abaixo e as respostas do Banrisul), os temas revezamento e metas estiveram na pauta. Os dirigentes sindicais destacaram que acreditam ainda haver espaço para se ampliar o revezamento praticado hoje no banco. Além disso, reafirmaram a importância de flexibilização das metas nesse momento, para se evitar um “cabo de guerra” entre a questão comercial e o esforço para a proteção da vida.
“Neste momento da conjuntura, é impossível cobrar metas. O que realmente importa é a preservação da vida e a aplicação de todos os protocolos de saúde. Estas devem ser as prioridades. Todas as metas devem ser flexibilizadas. O país está em recessão e todos os esforços deverão ser para atravessarmos este período e esta crise que certamente não será debelada com o modelo de até então. Os bancos devem se voltar para os financiamentos da atividade produtiva”, ponderou a diretora da Fetrafi-RS e funcionária do Banrisul. Denise Falkenberg Corrêa.
O diretor da Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Sergio Hoff, apontou a abertura de diálogo e a transparência como fatores positivos do encontro. “Foi positivo porque é o início do diálogo com o banco. Até então o banco não estava dialogando conosco sobre o tema da Covid-19. Mas agora o banco se comprometeu a dialogar com mais transparência e a trocar informações. É um avanço porque nós vamos ter como monitorar os casos e ter interface direta com o banco para tratar das situações”, avaliou.
“Foi importante estabelecer um canal de comunicação com o banco num momento em que os agentes políticos que governam os estados do sul do país foram irresponsáveis ao flexibilizar a abertura do comércio em diversos setores, mesmo com as indicações de que o pico das contaminações na região ocorreria durante o inverno”, afirmou o secretário de comunicação do Sintrafi de Florianópolis e Região, Cleberson Pacheco Eichholz.
Reivindicações na reunião com o Banrisul
> Propomos a testagem e afastamento imediato de todos os empregados, terceirizados e estagiários que tenham estado em presença, na mesma agência ou local de trabalho, de colega com suspeita ou confirmação de caso de Covid-19.
> Expusemos a opinião de que o revezamento tem que ser fixo e rígido com duas equipes que possam substituir colegas sem que os integrantes dessas equipes corram riscos.
> Metas x saúde: Expusemos nosso entendimento de que não se pode esticar a corda num momento de pandemia em que a economia e os negócios estão em retração.
Respostas do Banrisul
> Criação do Comitê de Crise com interlocução diária e reuniões conforme a urgência e a cada 10 dias, com encaminhamentos e questões levadas pelo movimento sindical.
> O banco está trabalhando em convênio com a Cabergs para ampliar a telemedicina e a testagem de infecção por coronavírus em escala na rede Banrisul.
> Serão divulgados mais detalhes sobre os protocolos e determinações do Banco para enfrentamento da pandemia em breve.
> As demais reivindicações serão levadas à diretoria, e os protocolos sanitários serão reavaliados.
Participantes
Os seguintes representantes sindicais participaram da reunião virtual da quinta-feira, 2/7: Ana Betim (Fetrafi-RS, interior); Denise Falkenberg Corrêa (Fetrafi-RS, interior); Juberlei Bacelo (Fetrafi-RS/Comando Nacional dos Bancários); Fábio Alves (Fetrafi-RS, PoA); Sérgio Hoff (Fetrafi-RS, PoA), Gerson Kunrath (Fetrafi-RS, interior); Luciano Fetzner (SindBancários, PoA); Cleberson Pacheco Eichholz (Fetrafi-SC, representação outros estados); Luiz Carlos Barbosa (Fetrafi-RS/CONTEC)
O Banrisul foi representado pelo negociador Fernando Perez, pelo superintendente de RH, Gaspar Saikoski, e do superintendente jurídico, Paulo Henrique Pinto da Silva.
Fonte: Imprensa SindBancários