A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Banrisul entregou ao grupo de negociadores do Banco, na tarde de terça-feira (09/07), a pauta de reivindicações aprovada no 31° Encontro Nacional dos Banrisulenses. O encontro aconteceu na sede da Fetrafi-RS, após inúmeras tentativas de agendamento por parte dos representantes dos trabalhadores. 

O descaso do Banrisul em relação às demandas dos funcionários, em especial os que foram atingidos pelas enchentes, permeou as falas dos membros da COE. Raquel de Oliveira Gil, diretora da Fetrafi-RS, relatou a angústia dos banrisulenses com a falta de respostas aos inúmeros ofícios enviados nos meses de maio e junho. “Os trabalhadores do Banco têm um histórico de muita dedicação, pensando sempre na empresa, por se entenderem parte dela”, ressaltou.

Luciano Fetzner, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, disse que estava na expectativa de que o encontro com o Banco resultasse em um diálogo franco, pois há uma genuína preocupação com os trabalhadores, que aguardam respostas para uma série de questões. “Historicamente, a pauta de negociações, tão importante para os banrisulenses, é recebida pelo próprio gestor. Na sequência das negociações entram os representantes indicados pelo Banco”, lembrou. Fetzner, expressou contrariedade desse primeiro encontro não ser nas dependências do Banrisul, mesmo sabendo que o local não seria o prédio da Direção Geral, que passa por reforma pós enchente.

Ana Betim, diretora da Fetrafi-RS, também externou indignação com o longo silêncio do Banrisul. Ela ressaltou que é muito importante priorizar a questão da PPR, para dissipar esse sentimento de angústia que tomou conta dos ambientes de trabalho. “A PPR, após o fim das RVs, tem sido um problema na equação dos valores distribuídos, principalmente para o segmento dos ONs, que se sentiram prejudicados”, pontuou a sindicalista.

Em resposta, os negociadores do Banrisul alegaram que as enchentes afastaram o Banco do Movimento Sindical, mas que agora esse diálogo seria retomado de maneira franca e aberta.

Ainda sobre a postura impassível do Banrisul, Fetzner criticou a “falta de um ajuste mais fino na comunicação entre as duas instituições”. Segundo ele, isso facilitaria a resolução das demandas do dia a dia, não deixando se acumular e atrapalhar a campanha. “O movimento sindical não pode ser visto como inimigo ou adversário da empresa, mas como um vetor. Conseguimos construir uma cooperação para chegar a soluções de vários  problemas que atingem os empregados. Temos que ter diálogo aberto sobre todos os pontos, especialmente sobre a questão da calamidade e questionar o cronograma de retorno das agências. Isso é algo importante e urgente”, disse.

Raquel Gil cobrou dos negociadores respostas urgentes para três dos inúmeros ofícios enviados: o que pede o número de bancários e bancárias atingidos diretamente pelas enchentes; o que solicita auxílio para os afetados pela calamidade: e o que pede um mapeamento de agências atingidas e prazo para retorno das atividades.

“Até os bancos privados estenderam a mão aos trabalhadores que sofreram com as enchentes, enquanto o Banrisul não fez absolutamente nada, sequer respondeu aos nossos ofícios. Ainda por cima, depois da enorme confusão com os consignados dos servidores públicos, deixou os empregados do Banco no escuro em relação a esse assunto. A gente esperava mais solidariedade e respeito”, desabafou.

Além da pauta de reivindicações, foi entregue uma proposta de calendário para a continuidade das negociações, com reuniões nos meses de julho e agosto. O próximo encontro ficou agendado para o dia 17 de julho.

Fonte: Assessorias de Comunicação da Fetrafi-RS e do SindBancários Poa


Compartilhe este conteúdo: