Ao longo do mês de outubro, Brasil vai defender a importância das instituições para mediar conflitos e o papel das mulheres na busca pela paz

O Brasil assumiu no domingo (1º), pelo período de um mês, a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), paz e igualdade de gênero são os principais temas que devem ser pautados pelo país. Além disso, a gestão brasileira também vai destacar a importância das instituições bilaterais, regionais e multilaterais para prevenir, resolver e mediar conflitos.

O Brasil também é um dos maiores participantes entre os membros não-permanentes do Conselho, atrás apenas do Japão. Desde a criação do órgão, em 1948, esse é o 11º mandato brasileiro, ficando apenas atrás do Japão.

“Vamos trazer este mês a ideia de que o Conselho de Segurança deveria tratar mais amplamente dos instrumentos que as Nações Unidas, os países e as organizações regionais têm para prevenir os conflitos e não só tratar deles depois que eles ocorrem. Um reforço da diplomacia bilateral, regional e multilateral para prevenir a eclosão de conflitos”, afirmou o secretário de Assuntos Multilaterais e Políticos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Carlos Márcio Cozendey.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, presidirá uma audiência sobre o papel da diplomacia na prevenção de conflitos no dia 20 de outubro. Um dos exemplos citados pelo embaixador é o tratado de Tlatelolco, firmado em 1967 pelos 33 países da América Latina e Caribe. Trata-se de um compromisso para garantir a não-proliferação de armas nucleares na região.

Outros temas

Além disso, o chanceler brasileiro também vai comandar outros eventos durante o mês de outubro. Um deles, no dia 24, será um debate trimestral aberto sobre o Oriente Médio, para abordar a questão da Palestina e outros assuntos. No dia 25, haverá outro debate aberto com o tema “Mulheres, Paz e Segurança”.

“É um evento que está na agenda para chamar a atenção para o papel que as mulheres podem exercer nos processos de prevenção e resolução de conflitos e presença nas operações de paz”, afirmou Cozendey, em entrevista ao portal g1.

Conforme o diplomata, o Conselho de Segurança ainda vai abordar outros temas ao longo do mês. Dentre eles, a possível missão de apoio às forças de segurança do Haiti e a manutenção da missão da ONU que supervisiona as negociações de paz na Colômbia. Outro tema incontornável são as questões relativas à guerra entre Ucrânia e Rússia. Em encontro recente com o mandatário ucraniano, Volodmir Zelensky, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que “uma mesa de negociação é mais barata que uma guerra”.

Reforma das instituições

Por outro lado, historicamente o Brasil pressiona pela reforma das instituições internacionais. Inclusive o próprio Conselho de Segurança, instituição da qual o Brasil almeja participar de maneira permanente. Há duas semanas, em discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral ONU, Lula afirmou que o órgão máximo do conserto das Nações “vem perdendo progressivamente a sua credibilidade”.

Assim, para o presidente brasileiro, essa fragilidade decorre da ação dos membros permanentes, que travam guerras em busca de expansão territorial ou de mudança de regime, sem a autorização dos demais. Desse modo, ele destacou que a paralisia do órgão demonstra a necessidade urgente de reformá-lo, de modo a garantir maior representatividade e eficácia.

Fonte: Rede Brasil Atual


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