Após serem avisados na sexta-feira do fechamento da empresa de call center AtendeBem de São Leopoldo, parte dos 600 funcionários demitidos fizeram protesto na manhã de segunda-feira em frente à sede da empresa e, em seguida, foram para a Justiça do Trabalho da cidade.

Com 15 anos de atuação no mercado, a AtendeBem prestava serviços para bancos e operadoras de telefonia. Por meio de comunicado, os trabalhadores foram informados de que o fechamento ocorreu devido à conjuntura econômica, ao aperto de crédito e à postura dos clientes, "que pagam cada vez menos" pelos serviços prestados.

No comunicado, a empresa informa que os direitos trabalhistas serão pagos apenas quando a empresa tiver verbas liberadas de uma ação judicial da AtendeBem contra seus clientes que corre na 2ª Vara do Trabalho de São Leopoldo. Além de direitos como multa rescisória e saque do FGTS, os trabalhadores também não receberam o salário de novembro, a primeira parcela do 13º salário e a comissão do mês.

O diretor executivo do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicação (Sinttel), Augusto Retamal Neto, está buscando a mediação da Justiça do Trabalho para, em um primeiro momento, conseguir ao menos a liberação do FGTS e o encaminhamento do seguro-desemprego. Segundo ele, o sindicato já havia enfrentando dificuldades para negociar o acordo coletivo para dissídio da categoria, cuja data-base é em 1º de setembro.

Depois de trabalhar quatro anos na empresa, a analista de treinamento Franciele de Souza da Silva, 22 anos, ainda está surpresa com o fechamento repentino da AtendeBem. Ao saber da notícia, conta que ficou em choque: "De manhã, me avisaram que eu poderia ir embora, que por aquele dia estava dispensada. À tarde, soube por mensagem de celular de outros colegas que a empresa havia fechado. Para mim, foi uma surpresa. Sempre ouvia nos corredores que eles estavam falindo, mas não sabia de nada. Foi realmente um susto."

A operadora de telemarketing Cristala Dorneles Souza, 27 anos, conta que, além de estar sem o salário e o 13º terceiro, também não recebeu sua comissão do mês. Sem ter como pagar as contas, está inconformada por não ter nenhuma certeza de que seus direitos serão pagos. "Não temos certeza de nada, está todo mundo desesperado ", conta Cristala, há oito meses na empresa.

O Diário Gaúcho contatou a assessoria jurídica da AtendeBem, porém, os advogados não conseguiram falar com a direção da empresa.

O que fazer nestes casos

– Com urgência, o trabalhador deve procurar o sindicato que representa a sua categoria e/ou um advogado trabalhista para que sejam ajuizadas ações o mais rápido possível.

– A primeira ação deve solicitar o direito de pagamento dos salários, verba rescisórias, seguro-desemprego e FGTS.

– Já a segunda deve solicitar o bloqueio de dinheiro, bens e crédito da empresa para garantir o pagamento da primeira ação. Por isso, a importância de ajuizar as ações emergencialmente.

Fonte: Diário Gaúcho
 


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