O Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região realizou, nesta terça-feira, 02/09, o lançamento da Campanha Salarial 2014. Desde as 11h um grupo de diretores do sindicato está percorrendo as principais agências bancárias do centro da cidade – Caixa Econômica Federal, Itaú, Banrisul, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e HSBC para tornar público o início da Campanha Nacional dos Bancários.

Acompanhados com uma trupe de artistas da Cia Uerê, foram apresentados os principais eixos da campanha deste ano, que tem como mote #queremosmais: mais salário, com crescimento salarial e de participação nos lucros compatíveis com o lucro e a rentabilidade que os bancos vêm obtendo ano a anos no Brasil; mais saúde, com o fim das metas abusivas, do assédio moral e sexual, que leva os trabalhadores à doença e ao afastamento do trabalho; mais emprego, com o fim das demissões e a contratação de mais pessoas para desafogar as agências e não sobrecarregar os trabalhadores empregados; mais segurança nas agências e para os bancários e clientes; mais igualdade, com oportunidades e valorização para todos e todas, sem discriminação de religião, gênero e cor.

O coordenador da Secretaria de Organização Política e Sindical, Nelso Antonio Bebber lembra que nos últimos anos, a luta de bancários e bancárias tem garantido muitas conquistas, mas ainda há grandes e novos desafios a serem superados. “Os bancários estão adoecendo cada vez mais, enquanto os bancos lucram mais e mais encima da saúde dos seus trabalhadores”, desabafa Bebber.

As reivindicações foram entregues à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) no dia 11 de agosto. A primeira rodada de negociações, ocorrida no dia 21 de agosto não avançou em nenhum ponto. Outras rodadas estão previstas para este mês. Além disso, estão ocorrendo reuniões para a negociação de pautas específicas para os bancos públicos.

Lucro do banco = doença do bancário

Somente nos seis primeiros meses de 2014 os cinco maiores atuando no País – Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – tiveram lucro líquido de R$ 28,5 bilhões. Alta de 16,5% em relação ao mesmo período de 2013. Tamanha lucratividade é à custa das escorchantes tarifas cobradas dos clientes, diminuição de funcionários, metas abusivas para vendas de produtos e da saúde dos mais de 500 mil bancários no País.

Em 2013, segundo estatísticas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), 18.671 bancários foram afastados do emprego devido a adoecimentos. Desses afastamentos, 4.589 foram por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Dort), mais conhecidos no Brasil como lesões por esforços repetitivos (LER). E mais de cinco mil por transtornos mentais e comportamentais, como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e síndrome do pânico.

Principais reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2014

> Reajuste salarial de 12,5%.

> PLR: três salários mais R$ 6.247.

> Piso: R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese em valores de junho).

> Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

> Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PL 4330 na Câmara Federal, do PLS 087 no Senado e do julgamento de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral no STF.

> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

> Prevenção contra assaltos e sequestros: Garantia de pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos, instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada do autoatendimento, biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.

> Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

> Mais democracia. Os bancários decidiram na 16ª Conferência Nacional se engajar na luta da sociedade brasileira por uma reforma política, pela democratização dos meios de comunicação e pela regulamentação do sistema financeiro nacional.

 

Fonte: Assessoria de imprensa Bancários Caxias

 


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