Os bancários do HSBC promovem nesta terça-feira 25, Dia Internacional de Luta na América Latina contra as demissões que vem sendo realizadas pelo banco inglês em toda a região. Os trabalhadores também exigem melhores condições de trabalho, mais respeito e valorização.
A mobilização foi definida durante a 9ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, realizada entre os dias 6 e 8 de maio, em Assunção, promovida pela UNI Américas Finanças e Comitê de Finanças da Coordenadoria de Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS), com apoio da Federação dos Trabalhadores Bancários e Afins do Paraguai (Fetraban).
Na ocasião, os integrantes da rede sindical do HSBC avaliaram a atuação do banco no Brasil, México, Argentina e Uruguai. "Ficaram constatadas as péssimas condições de trabalho e os sindicatos não aceitam que os cortes de despesas e provisionamentos bilionários por conta das ilicitudes praticadas pela alta cúpula do banco, como lavagem de dinheiro e venda irregular de produtos, recaia sobre os trabalhadores, levando a exigência de cumprimento de metas cada vez mais abusivas e não garantindo emprego decente", afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
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Para o presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças, Carlos Cordeiro, "é fundamental a unidade de ação em todos os países latino-americanos onde o banco atua, como forma de fortalecer a luta em defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores".
‘Mexeu com um, mexeu com todos’
"Por isso no encontro de Assunção definimos pela convocação com o slogan ‘Mexeu com um, mexeu com todos’, porque exigimos respeito enquanto países mas também individualmente para cada trabalhador. Quando se demite um trabalhador do HSBC, esse ato de violência atinge sua família, a sociedade local e os demais colegas de trabalho, que ficam sobrecarregados. Esse movimento unitário, que buscamos construir no Brasil nesta terça-feira, é para darmos um basta a essa situação", comenta Alan Patrício, diretor jurídico da Contraf-CUT e do Sindicato de Pernambuco.
No Brasil, o banco lucrou R$ 1,225 bilhão em 2012, crescimento de 9,6% em relação ao ano anterior. Além disso, a rentabilidade do HSBC é maior do que qualquer outro país aonde ele atua.
No entanto, o HSBC cobra de seus clientes as taxas de juros e as tarifas mais altas do mundo. E, mesmo com o lucro gigantesco, a empresa fechou 1.002 postos de trabalho em 2012 e pratica uma inexplicável rotatividade de mão de obra.
Para o diretor da Contraf-CUT e funcionário do HSBC, Sérgio Siqueira, a instituição coloca aqui em prática uma rotatividade que não se repete em nenhum outro país do planeta. "Ou seja, o banco manda o lucro para a Inglaterra e deixa no Brasil e no restante da América Latina o desemprego e a precarização".
Siqueira ressalta que o quadro reduzido de funcionários faz com que os bancários sejam obrigados a trabalhar no limite, não conseguindo atender à demanda dos clientes. "Para piorar, quando um adoece por problemas psicológicos, LER/Dort ou outras doenças, o descaso do RH é absurdo, sem contar o aumento abusivo do valor do plano de saúde".
O número reduzido de bancários em função das demissões tem se refletido em filas nas agências e na piora da qualidade do atendimento. Por este motivo, as entidades sindicais exigem fim das demissões e da rotatividade, condições dignas de trabalho, mais respeito, e valorização dos bancários e clientes.
"Em toda América Latina o HSBC desrespeita os trabalhadores e toma decisões de forma unilateral, tolhendo benefícios já conquistados e colocando em risco a saúde dos trabalhadores, através da sobrecarga de serviços. Por isso, uma organização internacional é fundamental para enfrentar esses problemas. Juntos somos fortes e outras manifestações virão até que sejamos respeitados", conclui Siqueira.
Fonte: Contraf-CUT com UNI Américas Finanças