O presente que o banco Santander concedeu aos bancários da instituição neste final de ano não foi o esperado. Desde o final de novembro o banco espanhol passou a demitir, sem muitas explicações, bancárias e bancários com mais de 10 anos de serviço na instituição. As demissões ocorrerão até esta sexta-feira (7/12), e podem totalizar mais de 5mil bancários demitidos.
Na cidade de São Paulo, foram mais de 40 em um só dia. No Rio Grande do Sul, são mais de 60 bancários nas ruas. Especificamente em Caxias do Sul (RS), 10 bancários foram demitidos em 10 dias (praticamente um por dia). Este cálculo cruel ainda soma mais um fator: todos os dez demitidos tinham mais de dez anos de banco.
Bancários fecham agência principal em Caxias – Em Caxias do Sul, como forma de protestar contra essas demissões, integrantes do Sindicato dos Bancários da cidade e Região se manifestaram em frente à agência Centro do Santander, localizada na rua principal de Caxias, Júlio de Castilhos, na manhã desta quinta-feira (7/12). A agência está paralisada até de tarde pelos sindicalistas. Foram confeccionadas faixas que exemplificam o desrespeito do banco não apenas com os bancários, mas também com os clientes, uma vez que as demissões geram sobrecarga de trabalho aos poucos bancários que restam e, consequentemente, mais filas. Além das faixas, os diretores do Sindicato distribuíram um panfleto que exemplifica a situação do banco no Brasil e os problemas gerados pelas demissões. Veja o panfleto clicando AQUI.
Ao demitir tantos funcionários, o Santander desrespeita o Brasil e os trabalhadores bancários. Isso provocará sobrecarga de trabalho, mais assédio moral pelo cumprimento de metas, mais estresse e mais adoecimento dos bancários.
Lucro – O lucro da instituição chegou aos R$5,7 BILHÕES, o que representa 26% do lucro mundial do banco espanhol. E os indicadores não mentem: o Santander tem a sua maior fatia de lucro no Brasil.
Manifestações – Os bancários estão se manifestando em todo o país. Nas principais cidades, capitais e localidades do Brasil, agências estão sendo paralisadas e manifestações ocorrendo. O objetivo dos bancários é cessar com as demissões, garantir a manutenção do emprego e gerar novos postos de trabalho. Em Porto Alegre, durante todo o dia de ontem (5/12), o SindBancários fechou o Santander Cultural, no centro da capital gaúcha, na Praça da Alfândega.
Nelso Bebber, diretor do Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul e Região e bancário do Santander salienta a preocupação do Sindicato com a categoria que está sofrendo com as demissões: “Uma demissão é sempre ruim, pior ainda na véspera de Natal, quando as famílias se preparam para as festas de final de ano e as férias. Essas pessoas que estão sendo demitidas são pais ou mães de família que, ao invés de ter uma alegria, estão tendo uma grande decepção”, reforça o dirigente sindical.
“Na nossa região da Serra gaúcha, uma região próspera de negócios, o Santander deveria abrir mais agências ao invés de reduzir os quadros de funcionários. E a fórmula é aquela já conhecida: menos funcionários geram mais assédio moral, mais doenças e pior atendimento ao cliente”, destaca Nelso.
Providências – A Confederação dos Bancários, Contraf-CUT, já buscou algumas soluções para o problema. Foram enviadas duas cartas: uma ao ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, solicitando que o governo implemente medidas para forçar o Santander a renegociar as demissões. A outra carta foi enviada à direção do banco Santander no Brasil, especificamente ao diretor Marcial Portela, solicitando uma reunião para discutir a questão.
As demissões no Santander exemplificam a falta de preocupação do banco com a saúde e a qualidade das condições de trabalho dos bancários. Os bancos devem acabar com a alta rotatividade, promover melhores condições de trabalho e se preocuparem com o crescimento do país. “Por isso, exigimos a reintegração dos desligados e a manutenção dos empregos dos trabalhadores”, reitera o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Fonte e Fotos: Assessoria de Comunicação Bancax.